Tristemente,
Jesus fitando os céus, em prece,
Vê
descer da amplidão o Arcanjo da Agonia,
Cuja
mão luminosa e terna lhe trazia
O
cálix do amargor, duríssimo e refece.
–
“Se puderdes, meu Pai, afastai-o!...” – dizia,
Mas
eis que todo o Azul celígeno estremece;
E do
céu se desprende uma doirada messe
De
bênçãos aurorais, de Paz e de Alegria.
Paira
em todo o recanto a vibração sonora
Do
Amor e o Mestre já na sede que o devora,
De
imolar-se por fim nas aras desse Amor,
Sente
a Mão Paternal que o guia na amargura,
E
sublime na fé mais vivida, murmura:
–
“Que se cumpra no mundo o arbítrio do Senhor!...”
===
Livro:
Parnaso de Além-Túmulo
Médium:
Francisco Cândido Xavier
Autor
Espiritual: Espíritos Diversos
Ano:
1932